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Análise e adubação foliar – Quais as vantagens?

Análise e adubação foliar, limitação de produção e utilização de nutrientes, saiba a importância de tudo isso.

Uma lavoura sadia oferece ao produtor plantas bem nutridas, com boa aparência e propriedades químicas desejáveis. 

Várias técnicas são adotadas após o plantio, como adubação no sulco, à lanço e foliar. Cada produtor pode preferir um tipo de manejo, sendo que muitos são receosos em utilizar a adubação foliar, preferindo apenas a aplicação de macronutrientes de forma sólida. 

Mas você sabe realmente se a planta está absorvendo os nutrientes que você aplica? E se ela estiver precisando de outros nutrientes

Calma! Tem um jeito de saber isso. 

Fomos em busca de alguém especializado para nos tirar algumas dúvidas. Conversamos com o Renato Cândido, fundador da empresa Solos e Plantas, situada em Sorriso-MT, que é especializada em amostragem de solo, tecido vegetal (foliar), sementes,  fertilizantes entre outros. 

A empresa Solos e Plantas conta atualmente com três unidades, duas no Mato Grosso e uma em São Paulo e já realizou mais de um milhão de análises, levando informação e clareza aos produtores. 

Confira nosso bate papo:

Equipe Plantae: Renato, com sua experiência, você pode nos dizer qual a importância da análise foliar?

Renato: A análise foliar é uma das principais tecnologias na hora de fazer a nutrição da lavoura. Ela não substitui a análise de solo, pelo contrário, ela é uma complementação da mesma, pois, após a aplicação dos nutrientes necessários e da calagem (expresso na análise de solo) a análise foliar vem para nos falar exatamente quais nutrientes, daqueles que você aplicou, estão chegando efetivamente à planta e sendo absorvidos.

Equipe Plantae: E existe alguma deficiência de nutriente que é comum em todas as análises foliares?

Renato: Olha, na verdade nada é regra. As deficiências que encontramos na análise foliar dependem muito da eficiência da adubação realizada após a análise de solo. Como te disse, depende muito da lavoura. Se a adubação não foi feita criteriosamente algum nutriente irá limitar a produtividade, e ele pode ser micro ou macronutriente. 

Equipe Plantae: E qual a época, ou estágio da planta ideal para realizar a amostragem foliar?

Renato: Nós desenvolvemos uma tabela onde mostra a época correta de amostragem, o tipo de folha a ser amostrada e o número de folhas por talhão das principais culturas agrícolas:

No campo, nem sempre é fácil identificar plantas que estejam passando por deficiência nutricional, pois, os sintomas podem ser confusos. A análise de solo nos mostra os nutrientes presentes no solo, porém muitas vezes eles não estão disponíveis às plantas, não podendo ser absorvidos. A análise foliar ajuda muito nessa questão. Ela nos mostra a eficiência de absorção da planta, e quais nutrientes estão em menores níveis que o ideal. 

A interpretação da análise deve ser feita de forma correta, e a aplicação dos nutrientes que estão limitando a produção deve ser feita de forma criteriosa. É muito importante aplicar apenas o necessário pois a aplicação em excesso pode causar toxidez, conforme a figura abaixo:

O nível crítico, zona de deficiência e zona de transição se referem a quando a planta está apresentando sintomas por falta de nutrientes, até quando ela começa a receber adubação complementar, e entra assim na zona adequada ou zona de luxo, que é quando ela supre sua necessidade pelo nutriente aplicado. Porém, se a aplicação for feita em excesso, a planta irá apresentar sintomas de toxidez, ou seja, sua produção irá cair. 

É importante saber também que as plantas produzem frutos (no caso agrícola, grãos) e matéria seca. Escolher corretamente a cultivar ou híbrido -no caso do milho- faz a diferença. Vamos exemplificar melhor na figura abaixo:

Ambos os híbridos utilizam 90 kg/ha de Nitrogênio, porém, o híbrido A utiliza para maior produção restos culturais ou órgãos vegetativos, enquanto o híbrido B usa o Nitrogênio para maior produção de grãos. 

CONCLUSÃO

A adubação foliar vem para complementar a adubação no solo, fornecendo nutrientes que não foram aplicados e que limitam a produção, podendo ser micro ou macro. Além disso, a absorção foliar tem taxas altíssimas, pois, a planta a faz quando está ocorrendo a evapotranspiração, ou seja, quando os estômatos estão abertos, facilitando assim a rápida correção de deficiências nutricionais. 

Está em dúvida se realmente vale a pena? Faça uma análise foliar e veja se existem nutrientes em sua lavoura que estão limitando sua produção, e lembre-se, a adubação foliar tem grandes indicadores de vantagens, e pode ser uma grande aliada para aumentar sua rentabilidade na safra, encare-a como um investimento!

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