A agricultura é uma das principais bases econômicas mundiais, e o Brasil se destaca internacionalmente pelo seu desempenho e pela qualidade de seus produtos. O milho é o segundo grão mais plantado e comercializado no país, perdendo o primeiro lugar apenas para a soja.
A estimativa de área plantada para safra de milho 19/20 é de 17.543,9 mil hectares, 0,3% a menos que na safra anterior, já a produção gira em torno de 98 milhões de toneladas, 1,6% menor que na safra 18/19.
Além da redução na produtividade, a disponibilidade de milho para exportação vai ser menor. O ano agrícola de 2019 (1 Fev 2019 – 31 Jan 2020) está sendo avaliado com índices de exportação chegando à aproximadamente 42 milhões de toneladas, já o milho safrinha que dá início ao ano agrícola de 2020 tem expectativas de exportações em torno de 34 milhões de toneladas.
Exportações Brasileiras (Milhões de Toneladas)

Essa quantidade de exportações se deve primeiramente ao baixo número de áreas plantadas com o cereal na safrinha, pelo atraso no plantio da soja, que é o principal meio de liberação de áreas para cultivo de milho segunda safra. Por conta da falta de chuva o plantio da safra soja 19/20 foi atrasada, e alguns produtores só conseguiram finalizar a semeadura da oleaginosa em meados de novembro.
Outro fator crucial para competição entre vendas para exportação ou consumo interno do grão é o acréscimo na produção de proteína, que foi o resultado do aquecimento do mercado da carne tipo exportação para a China, país esse que vinha sofrendo com a diminuição do seu rebanho assolado pela peste suína.
Além disso, mais um tipo de consumo interno que impactará a exportação é o crescimento da produção de etanol de milho, visto que o aumento do número de novas usinas de biocombustível já é realidade. Além da implementação dessas novas estruturas, as antigas receberão um acréscimo no seu potencial produtivo, crescendo ainda mais a demanda do grão.
Em entrevista ao Canal Rural, Guilherme Nolasco, presidente da União Nacional de Etanol de Milho (Unem) afirma que alguns anos atrás o consumo de milho pelas usinas de etanol era considerado baixo, hoje as usinas existentes consomem cerca de impressionantes 4,5 milhões de toneladas do grão no Mato Grosso.
Apesar do ‘não recorde’, o produtor deve conseguir vender sua safrinha por valores bem atrativos. Analistas destacam que 2020 será um ano bastante promissor para a agricultura. O dólar se mantendo em R$4 fará com que o valor pago pelo grão na exportação seja bom, e para suprir a demanda interna o mercado nacional também deverá pagar bem, principalmente por conta dos baixos estoques do país, que ficarão em torno de 11 milhões de toneladas, valor esse que abastece apenas 60 dias de consumo.